31.10.06

O aborto


Vi o debate sobre o referendo ao aborto, no «Prós e Contras» de ontem, na RTP, em que o Dr. Gentil Martins lembrou um ponto importante do Juramento de Hipócrates: o compromisso assumido pelos médicos de apenas agirem na defesa da vida humana. Não sendo a gravidez uma doença, e não conduzindo o aborto geralmente à defesa de nenhuma vida humana, os médicos devem pôr-se de fora.

O Bastonário dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, frisou outro aspecto importante: se o Ministro da Saúde tem dinheiro para financiar clínicas privadas privadas para fazerem abortos, sem listas de espera, devemos pensar que as listas de espera das verdadeiras doenças continuarão a aumentar ainda mais.


Porque não dedicar antes a estas verdadeiras doenças os meios que o Estado se dispõe a desviar para a interrupção de gravidezes - que não são doenças?

O outro médico, de que me não lembra o nome, é a favor da plena liberdade das mulheres pedirem o aborto! Como se os pais não fossem achados para o caso e só as mães pudessem dispôr da criança que conceberam!

Há na pergunta do referendo algo de muito estranho e mal explicado!... Já o sabia mas agora fiquei ainda melhor informada.

26.10.06

Dívidas e lucros a mais

As famílias portuguesas continuam a endividar-se e, em Agosto, o volume de crédito concedido pelos bancos totalizava já 113,5 mil milhões de euros, o que corresponde a cerca de 75,3% do Produto Interno Bruto (PIB) ou a uma subida de 937 milhões face a Julho.

Entretanto, e decerto por isso mesmo, os Bancos continuam com lucros fabulosos. O resultado líquido do Banco Espírito Santo aumentou 46,5% nos primeiros nove meses do ano elevando-se a 304,7 milhões de euros, anunciou a instituição bancária. E os outros seguem pelo mesmo caminho.

Com tudo isto quem se lixa é o mexilhão. Tantos casais que não conseguem pagar os juros e vêem as suas casas serem vendidas em hasta pública.

24.10.06

O decálogo do amor...

Dedicado a todos os meus amigos apaixonados (?)

"1 - Antes de amares os outros, aprende a respeitar-te a ti mesmo. Quem não se respeita não pode amar.

2 - Não confundas o amor com as sensações ou emoções da atração. O verdadeiro amor é fruto de uma disciplina, de um treino.

3 - Não confundas amor com posse.(...)

4 - Amar é expressão de maturidade. Ela vem depois de uma longa caminhada pessoal.

5 - Não confundas amor com dependência de outro/a, necessidade de apoio, medo de solidão (...)

6 - O amor é por definição, uma relação vertical. Podem vivê-lo aqueles que conseguiram emergir da horizontalidade do dinheiro,
do poder, do sexo, do sucesso.

7 - Uma pessoa superficial nunca poderá amar.

8 - Quem não experimentou o sofrimento espiritual não conhece o amor.

9 - O amor é uma coisa bela. mas é como uma flor: Se lhe deixares faltar a àgua morrerá.

10 - Todos falam de amor. Pensam que amam, mas na realidade não amam. E não sabem disso.

* O Amor é humildade não modéstia.
* O Amor é doçura não pieguice.
* O Amor é capacidade de sofrer não masoquismo.
* O Amor é capacidade de tomar decisões, não sadismo.
* O Amor é saber dizer não quando é preciso
* O Amor é escolher.
* O Amor é manter sempre a dignidade pessoal.
* O Amor é querer o bem do outro, dos outros.
* O Amor não é egoismo.
* O Amor é verdade."


Valerio Albisetti - "Para ser feliz"

Extraído de Eu estou aki

6.10.06

Um mundo cão

Violência de filhos contra pais continua a aumentar

Com este título ou outro, saiu há dias nos jornais uma notícia que nos faz pensar. Como tratamos os nossos pais? Sou mãe e também filha e custa-me saber que hoje muita gente despreza os que tanto sacrifício fizeram por eles.

Deixo aqui a notícia do D. N., sobre este assunto:

É a face mais escondida da violência doméstica: as agressões de filhos contra pais continuam a aumentar em Portugal, com o primeiro semestre de 2006 a registar 295 ocorrências, quase o mesmo número (314) das verificadas durante todo o ano anterior. Estes dados pertencem apenas à Polícia de Segurança Pública (PSP), restringindo-se por isso às zonas urbanas.

Para o presidente da Associação de Apoio à Vítima (APAV), "a sociedade começa a ter cada vez mais consciência deste fenómeno", e o acréscimo de registos pode dever-se mais à frequência com que as vítimas se queixam do que a um aumento de casos propriamente dito.

Segundo os números da PSP, a que o DN teve acesso, nos primeiros seis meses do ano foram registados 5501 casos de violência doméstica, dos quais 4217 foram contra o cônjuge ou companheiro, 148 contra menores de 16 anos, 238 contra filhos e 603 contra outros familiares. Tendo em conta que no ano de 2005 se contabilizaram 9816 queixas de violência, verifica-se no total, sem discriminação por tipologia de agressores e vítimas, uma tendência de subida.

A PSP atribui o facto a "uma maior consciencialização das vítimas para os seus direitos", devido às campanhas nacionais entretanto criadas. Segundo a mesma fonte, os números também reflectem a "maior formação das forças de segurança, a criação de salas de atendimento de vítimas de crime nas esquadras e uma maior interacção entre entidades públicas e privadas".

"As pessoas têm cada vez mais consciência de que este tipo de violência também é crime. Antes, era menosprezada", refere o presidente da APAV. As agressões caladas pelas mulheres e menores, comuns há uma década, estão a acabar - mas manteve-se uma barreira de silêncio no que se refere à violência de filhos contra pais, que só agora começa a ser quebrada. "A visibilidade que está a ser dada a estes casos só pode ser comparada à que denunciou a extensão da violência contra cônjuges e crianças no nosso país", explica ainda João Lázaro.

Existe uma tendência marcada para a agressão ser efectuada por um filho adolescente ou já adulto, embora também existam casos registados de descendentes mais novos. A vítima, na maior parte dos casos, é idosa e tem grandes dificuldades em defender-se - e também em queixar-se, não só por vergonha e medo como por desconhecimento dos mecanismos que estão ao seu dispor para efectuar as denúncias. Ou mesmo dificuldade em deslocar-se (ver entrevista em baixo).

Em termos mais práticos, durante o primeiro semestre do ano a PSP efectuou 125 detenções por crimes de violência doméstica - em 2005 foram presos 249 indivíduos, entre Janeiro e Dezembro.
Maria José Margarido in D. N.