27.11.05

Contributo amigo

Os 10 mandamentos do educador

A caríssima Rosário, minha colega de profissão, fez-me chegar este precioso contributo, que muito agradeço, e se baseia nos Decálogo cristão:

1 - Amar. Amar sobre todas as coisas a criança, os homens, Deus.
2 - Não se irritar em vão; pelo contrário, ter muita paciência.
3 - Guardar o respeito devido à personalidade infantil.
4 - Honrar a virtude: dar sempre à criança o exemplo da Caridade, da Justiça, da Humildade.
5 - Não matar a iniciativa e o entusiasmo infantil.
6 - Guardar uma janela aberta aos ideais elevados e um coração sensível aos afectos puros.
7 - Não se furtar a trabalhos e canseiras.
8 - Não levantar dificuldades à manifestação espontânea dos interesses e das tendências infantis; mas, ao contrário, favorecê-las, para melhor as poder dirigir.
9 - Não desejar fazer tudo em um só dia. A educação é obra de persistência e continuidade. Em educação, gastar tempo é ganhá-lo.
10 - Não cobiçar elogios e honrarias, nem sequer compreensão; mas trabalhar na certeza reconfortante de que educar é contribuir para a felicidade dos homens e dos povos.

25.11.05

Quais os melhores métodos educativos?

Estado da questão
Sou professora e lido, há já alguns anos, com alunos que me deixam entender como são diversos os métodos educativos das famílias.
Sei que os métodos e as filosofias relacionados com a educação dos filhos têm sido assunto de acalorado debate e desacordo durante séculos. E têm oscilado regularmente entre a disciplina severa e opressiva e a permissividade pura.
Quem lida diariamente com estas crianças e jovens, decerto já compreendeu que ambos os extremos deixam cicatrizes indeléveis. O que não sei dizer é qual deles é mais prejudicial.
O público tem estado sujeito a muitas opiniões extrava­gantes sobre disciplina infan­til. Cada um, desde a avózinha até ao homem da política, tem a sua própria opinião sobre a maneira de educar as crianças e, o que ë pior, os especialistas têm frequente­mente estado em con­tradição entre si. E nós os professores, que temos de lidar com esta gente nova, é que pagamos as favas.
Tenho a minha própria maneira de lidar com os "casos difíceis" gerados por nefastas formas de educar, mas nem sempre dá resultado.
Este post, e talvez outros futturos, é fruto deste mal-estar.

22.11.05

Beijos na escola

Uma questão de bom senso


Era verdade mas parecia mentira: o telejornal principal de um grande canal de televisão estava há largos minutos a falar do caso de duas alunas de Vila Nova de Gaia que se queixavam de ter sido impedidas de se beijarem na escola.
Como era domingo, pensei tratar-se de uma questão de falta de assunto: é preciso encher os telejornais com alguma coisa.
Só que, no dia seguinte, e no outro, e no outro, os jornais dedicaram ao caso razoável espaço - e os colunistas começaram a prestar-lhe atenção.
A questão tornou-se mais séria do que parecia.
Já não estava em causa o episódio (um tanto caricato) da troca de beijos entre duas alunas do Norte: estávamos perante uma questão simbólica.
O problema era este: as manifestações de homossexualidade devem ser ou não permitidas no interior das escolas?
Os velhos fantasmas da escola repressiva do tempo de Salazar e da discriminação dos homossexuais vinham de novo à tona.
Podiam ou não duas alunas (ou dois alunos) beijar-se livremente no pátio dá escola?
Para me situar no problema, pensei noutras situações.
O que faria eu se dois jornalistas do Expresso, do mesmo sexo ou
de sexos diferentes, se dedicassem com regularidade a trocar carícias na redacção?
O que faria o comandante de uma unidade se dois soldados do mesmo sexo ou de sexos diferentes trocassem habitualmente beijos na parada do quartel?
O que faria o encarregado de um hipermercado se dois empregados do mesmo sexo ou de sexos difererítes se abraçassem constantemente na área comercial?
Creio que a resposta a estas três perguntas não será objecto de grande polémica.
Porquê, então, tanta indignação relativamente ao caso da escola de Gaia?
Isso tem que ver com uma certa imagem que se criou. Imaginámos duas jovens alunas da província, a sair da idade da inocência, dando expressão. a uma afectividade quase pura, serem barbaramente reprimidas por uma estrutura escolar retrógrada, provinciana, fascizante.
Sucede que as alunas não são propriamente adolescentes: uma tem 18 anos e a outra 17.
Não são as duas de Gaia: uma é brasileira e a outra portuguesa. Trata-se de duas mulheres, portanto, já com alguma experiência. E, nessas circunstâncias, é impossível não saberem que há ocasiões e lugares para tudo.
Há coisas que se fazem em casa e não se fazem na rua, à frente de toda a gente.
Há gestos que se fazem em locais discretos mas se evitam no meio da praça pública.
Até por pudor.
De respeito pela nossa intimidade – e respeito pelos outros. Falar de discriminação sexual e de autoritarismo a propósito deste caso será, portanto, mais do que um exagero, um disparate.
À força de nos querermos mostrar "modernos" e "politicamente correctos", caímos por vezes no ridículo.
Porque não é obviamente recomendável que se troquem carícias no pátio de uma escola, como não é razoável fazê-lo no local de trabalho ou na parada de um quartel.
Mais que não seja, por uma questão de bom senso.

José António Saraiva. (Expresso, 19-11-2005)

21.11.05

Momento de poesia

CRISTO E EU


Eu, peregrino. Ele o caminho.

Eu, a pergunta. Ele a resposta.

Eu, a sede. Ele a fonte.

Eu, tão fraco. Ele a força.

Eu, as trevas. Ele a luz.

Eu, o pecado. Ele o perdão.

Eu, a luta. Ele a vitória.

Eu, o inverno. Ele o sol.

Eu, doente. Ele o milagre.

Eu, o grão de trigo. Ele o pão.

Eu, a procura. Ele, o endereço.

Meu passado e meu presente:
em suas mãos.

Meu futuro: todo dele.

Eu, no tempo...

E CRISTO a Eternidade

19.11.05

O culto a Maria

Afinal, não estamos longe uns dos outros!...

Achei muito interessante o post de VER PARA CRER sobre o que pensavam acerca do culto a Maria, Mãe de Jesus, os fundadores do protestantismo.
Sobretudo a referência a Martinho Lutero, no "Comentário do Magnificat" :

"Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat... Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amén."

Sempre ouvi dizer que os protestantes não acreditam nem nos santos nem na Virgem Maria!
Que dizem sobre isto os nossos irmãos separados?

15.11.05

A força de Fátima

Um texto de Luís Delgado

São impressionantes, para um católico, mas igualmente para qualquer outro cidadão de outra religião, ou ateu, ou simplesmente desatento, as imagens de fé que levaram, no sábado, centenas de milhares de pessoas a acompanhar a imagem de Nossa Senhora de Fátima pelas ruas de Lisboa.Não é vulgar, nem comum, em país algum, que uma procissão, numa capital despovoada, ao final da tarde, com um tempo pouco agradável, junte tantos fiéis, homens da Igreja, católicos serenos ou afastados das igrejas, e dos rituais dominicais, para seguir com fé e evidente crença a manifestação que deu lugar à consagração da cidade a Nossa Senhora. E as imagens mostraram pessoas de todas as idades, jovens e idosos, classes distintas, raças diferentes, mas todos unidos pela mesma devoção. É bom que a Igreja, e as suas imagens, saiam dos seus redutos e locais de culto para se misturarem com os cidadãos comuns, anónimos, e que pela magnitude evidenciada, não se reproduz, de nenhu-ma forma, no que se vê, diariamente ou aos domingos, nas missas rezadas nas dezenas de igrejas da capital. Foi inédito, grandioso, elevado e regenerador, particularmente num mo-mento do País e dos portugueses em que nada dá esperança, em que o futuro é uma incógnita e em que as dificuldades se avolumam. É nisto que a religião católica, como outras, noutras partes do mundo, se eleva e transforma as pessoas. Nossa Senhora de Fátima tem uma força popular explicável, e que todos os anos se renova no seu santuário, mas que desta vez desceu à capital e produziu o milagre de juntar mais fiéis do que, eventualmente, alguma vez se concentraram em Fátima. Portugal é um país católico, mas tímido nessa demonstração, no seu dia-a-dia, mas que aparece em momentos excepcionais e quando a grandeza da ocasião chama por si. No sábado, Lisboa foi um santuário improvisado, repleto, mostrando que tem uma fé inabalável na Igreja Católica Romana e na Mãe de Cristo. Calem-se, por um momento, os que achavam o contrário, e que no seu pessimismo agnóstico e militante tentavam reduzir a Igreja a um bastião ultrapassado e sem futuro. Lisboa católica provou estar viva e empenhada e com uma fé inabalável.
Luís Delgado

13.11.05

O sorriso


O exemplo de Saint-Exupery

Eu rio, rio muito. Muitas vezes às gargalhadas.
Já me encontrei a rir, alto e bom som, para afastar o medo e a angústia.
Colegas minhas dizem que choram nesses momentos. Pois eu rio.
Aprendi isto com Saint-Exupery, autor do célebre livro «O Principezinho».
Este apreciado escritor foi piloto da aviação na última grande guerra, lutando contra os nazis. Morreu em combate.
Conta ele que certa vez foi aprisionado pelo inimigo e atirado para uma cela da prisão. Pelo olhar rancoro­so dos carcereiros, parecia-lhe que ia ser executado no dia seguinte. Nervoso, profundamente pertur­bado, procurou nos bolsos um ci­garro. Encontrou um que levou a custo à boca. Mas não tinha fósfo­ros.
E Saint-Exupery descreve: «Olhei através das grades para o meu carcereiro. Pedi-lhe: Dê-me lume, por favor».
«Encolheu os ombros, mas dirigiu-se para mim para me acender o cigarro. Quando se apro­ximou para acender o fósforo, o seu olhar cruzou-se com o meu. Naque­le momento, sorri. Talvez por nervosismo. Ou por hábito».
«E o meu sorriso saltou por entre as grades e gerou também um sorriso nos seus lábios. Acendeu-me o ci­garro e ficou perto, olhando-me e continuando a sorrir para mim».
– Tem filhos? – perguntou-me.
– Sim! – respondi.
« Tirei a cartei­ra e mostrei as fotografias da mi­nha família».
«Mostrou-me também as fotos dos seus filhos e falou dos planos que tinha para eles. Os meus olhos en­cheram-se de lágrimas. Eu disse-­lhe que nunca mais iria ver meus filhos. Afloraram lágrimas nos seus olhos....
«De repente, sem qualquer outra palavra, ele destrancou a minha cela, e conduziu-me por estradas secundárias para fora da cidade. Lá, nos limites da cidade, libertou-­me. E sem nenhuma outra palavra, partiu em direcção à cidade. A mi­nha vida foi salva por um sorriso».

12.11.05

Congresso

Nova Evangelização


Gostei do post de J. Mariano e não sei fazer melhor.
Por isso remeto os meus eventuais leitores o referido post
.

9.11.05

Uma pedrada

faz-nos pensar

Li há tempos uma história que me fez reflectir.
Alguém ia no seu automóvel último modelo quando uma pedra lhe foi atirada. Parou e viu uma criança com quem se travou de razões.
A menina disse-lhe.
- Foi a única maneira de fazer parar alguém que me ajude a socorrer o meu irmão. Ele caiu duma escada e está muito magoado! E eu não posso levá-lo ao hospital!
E aquele homem pensou:
- A vida é de facto uma tal correria que ninguém tem já tempo para ajudar os outros.
E levou o rapaz até ao hospital, com o propósito de estar mais atento ao que se passa a seu lado.

6.11.05

Educação

Violência escolar

Li algures e recortei. A violência infantil e juvenil que se tem verificado em França, nos últimos tempos, trouxe-mo à memória. Por isso aqui deixo este artigo.

«Nos últimos anos, o tema da violência tem sido abordado inúmeras vezes pela comunicação social. E todos decerto já falámos contra isso. Acontece que não chega denunciar. É preciso arrepiar caminho na educação dos mais novos.Foi já há perto de 20 anos mas o episódio não me saiu mais da memória. Uma rádio entrevistava crianças vítimas de violência na família. E uma delas responde à pergunta da entrevistadora que, quando fosse grande, queria ter uma mulher e filhos como o pai.– Para quê? – indaga a jornalista.– Para lhes bater à vontade.As palavras da criança chocaram-me imenso. E lembro-me delas quando leio alguma coisa a respeito de violência de ou com crianças.O título dum jornal diário de há dias era o seguinte:«Violência à solta nas aulas. Vítimas aos 11 anos, agressores aos 13 e armados aos 15»Segundo dados da PSP, através do programa Escola Segura, nos últimos dois anos as agressões aumentaram 5,2%. É o segundo crime mais importante, a seguir aos furtos. As agressões registam-se geralmente entre os próprios alunos e raramente entre aluno e professor.As escolas mais problemáticas são as da periferia das cidades, onde os alunos são oriundos de ambientes sócio-económicos mais desfavorecidos. As vítimas e agressores são predominantemente crianças de extractos sociais pobres e de famílias desestruturadas ou onde não há ambiente de amor. A exemplo da criança que referi.Também aqui se vê que onde não há famílias com bom ambiente isso se reflecte na própria escola. Não entendo, pois, que se possa considerar a família como algo reaccionário e ultrapassado, como fazem alguns intelectuais e «progressistas». «Deus, pátria e família» para estes nunca deveriam existir. Mas quem os poderia substituir?»

4.11.05

A começar

Vivam todos!

Vou andar por aí...